quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Carlos Nunez e a importância do carisma

Acabo de chegar em casa de um dos melhores shows a que fui até hoje.

Ouvi falar desse espanhol pela primeira vez acho que ano passado, no programa da Ana Maria Braga (pois é...). Ele estava no Brasil buscando detalhes da vida do bisavô, que veio pra cá em 1900 e pouco. Aproveitou pra aprender sobre música brasileira e, de quebra, gravar um álbum com figuras como Fernanda Takai, Lenine e Dominguinhos.




Grande representante da música céltica, Nunez é um dos maiores gaitistas de fole do mundo. Ele estuda músicas de tudo quanto é lugar e vive enxergando influências célticas pra todo lado. No show ele falou que a gaita de fole foi o primeiro instrumento vindo da Europa pro Brasil. Estava em uma das naus da expedição de Cabral. Ele falou também que atribui-se a palavra "xote" a uma corruptela de "scottish".

O show começou com um pouco de asa branca tocada na gaita de fole, passou pelo bolero de Ravel, uma infinidade de músicas célticas típicas misturadas com ritmos nordestinos (fantástico!), uma música do Pixinguinha e o percussionista "tocando" a mala de viagem. Até houve participação de três gaitistas de fole de BH. O bis foi foda. Depois de uns dois minutos do pessoal aplaudindo loucamente eles voltaram e improvisaram um Cotton Eyed Joe. A violinista era fantástica e tinha uma voz linda. E vi em ação uma réplica de uma sanfona do século XIII.

Não sei bem o que eu esperava que o show fosse. Mas foi muito bom!

Carlos Nunez é um cara extremamente carismático. Ele pulava no meio das músicas, dançava, mandava o pessoal levantar, bater palmas, dançar forró no palco e até uma dancinha irlandesa típica. Se não fosse toda essa energia o show teria sido talvez uma mera apresentação com um gaitista (uma baita de uma apresentação, ainda assim!), o que no Brasil já seria surpreendente. Mas presença de palco é algo fundamental para conduzir uma platéia por 2 horas e mantê-la totalmente absorta no show.

Músicos talentosos existem aos montes. Mas são poucos os que conseguem passar a paixão pela música à platéia. Carlos Nunez é um deles.


2 comentários:

Anéeeeeem!!! Eu queria demais ter ido!!!! O João postou no facebook gostou demais também!!!

Ficarei na vontade... quem sabe ele num descobre que tem uns parentes aqui em BH e volta ano que vem n é?! hahahahahahahaha!

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