quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Carlos Nunez e a importância do carisma
Porque não basta apenas apagar o fogo
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Trecho do Livro
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqdZ6hpf_DUjt1j9wkRQDkh_WuiSL_F9lY9Lv5FRuVuI8yBbWw3PbeZlBXKc_rIvpj6t9HFhHY6Jp-Rpf8pOa5lu5nh5jEM9M-u9ZmGnrJcAJp75gMckQTAMK-a0L8ks3GZ6_uY_6gRpKq/s320/boca-fechada1.jpg)
Eu aproveitei esses dias de febre alta e repouso forçado para meditar sobre algumas coisas (quando não estava dormindo, claro), e uma delas foi sobre a força da palavra.
As palavras são a única maneira de expressarmos algo (considerando que até os números, para serem ditos e entendidos, são convertidos em palavras). Errou por pouco o Grande Pitágoras ao dizer que tudo são números... TUDO É PALAVRA.
Com a palavra, o Homem tem invocado, desde o seu despertar, deuses e demônios, benção e pragas, cura e doença...
Com a palavra, o Homem fez tanto a guerra quanto a paz, a morte e a vida! Batizou heróis, derrubou alguns deuses, ergueu alguns outros, chamou a Ciência de Tao...
A palavra educou seus filhos, seus netos, seus bisnetos e toda a geração! Descreveu belas paisagens, contou histórias de amor, de solidão, de amizade e de coragem.
Manteve viva a memória de um povo...
Criou o mundo! (João 1:1,2,3,14)
E aqui estamos nós, bradando muitas vezes palavras ao vento, sem ao menos pensar em sua força, em seu poder!
A ciência já demonstrou que os animais não possuem uma racionalidade equiparada à do homem, e, consequentemente, uma vez que é fruto da cultura, também não deve possuir palavras tais como as nossas (realmente, se possuíssem, o mundo já teria sido dominado pelas formigas!).
Apenas nós, pobres mortais feitos de um emaranhado de carbono e alguns outros compostos, explodindo bombas de sódio e potássio a torto e a direito como meros itens da natureza completa, imortal e infinita, podemos utilizar esse veículo tão poderoso de criação e destruição... a palavra, o que, de fato, nos equipara a titãs!
As palavras faladas são como cinzas jogadas do cume de uma montanha... jamais poderemos recuperá-las...
E não custa lembrar o velho adágio: “Quem profere em demasia, saúda eqüinos ao alvorecer!”
Temos dois ouvidos e uma boca só, não é a toa...!
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Prólogo
Ao tilintar do último gole do bom vinho, Lúpulo Moncavre pediu a seu filho Marco, a Menéltar e a Gnoa que o acompanhassem até o seu escritório. Os convidados pediram licença aos demais e acompanharam os anfitriões escada acima. Ao ver aquilo, Artemis ficou desapontado, já que aguardava ansiosamente por mais um sarau do bom Menéltar, além de notícias sobre os reinos distantes. Rosalinda percebeu a decepção, que era bastante clara no semblante sempre vivaz do filho mais moço, mas se conteve. Sabia da alegria de Artemis com as visitas dos velhos amigos da família, ainda mais quando ela se dava de forma tão repentina.
A mesa permaneceu sob um denso silêncio, até que o cabisbaixo Artemis beijou o rosto da mãe, desejou-lhe boa noite e subiu as escadas. Rosalinda sorriu e deixou o pensamento vagar, tentando descobrir no que o filho ficaria pensando deitado na cama e olhando as estrelas, já que com certeza ele não conseguiria dormir tão cedo. E por esses caminhos sua mente vagou, enquanto o criado a ajudava a se sentar próxima à lareira.
Artemis subira as escadas, mas seus passos não o conduziram ao dormitório. Ele sentia uma curiosidade crescente sobre o que teria feito os dois amigos chegarem tão tarde e sem aviso. Ele não se conteve e se aproximou lentamente da porta do escritório, com cuidado, passo a passo, tentando não fazer barulho. Não conteve o arrepio que lhe subiu a espinha quando sua orelha tocou o carvalho frio da porta, já distinguindo o inconfundível som de taças se chocando em um brinde.
- Foi mesmo uma bela surpresa a chegada de vocês! – Artemis ouviu a voz possante do pai - Quase não pude me conter, durante o jantar, de perguntar o que diabos vocês queriam me dizer! Por favor, não façam isso comigo! Vocês sabem que sou ansioso e a essa altura minha velha Rosa já deve saber que estamos tratando de algo sério!
- É interessante como ainda nos dias de hoje coisas pouco amenas justificam o encontro de bons camaradas! – disse Menéltar, no mesmo tom animado de sempre. – Mas como você já previu, velho amigo, as notícias que trago não são das melhores.
Artemis se espremia contra a porta, na esperança de não perder uma palavra sequer do diálogo.
- Estou habituado a ouvir narrativas tristes e lamentáveis de seu bandolim, Menéltar, mas não de seus lábios – disse Marco, em seu tom sempre diplomático.
- Pois então, meu bom Marco, viemos o quanto antes para lhes avisar do perigo que correm.
Artemis não se conteve e tentou olhar pela fechadura. Os quatro homens estavam sentados nas poltronas e tomavam vinho. Gnoa brincava despreocupado com o que parecia ser uma moeda, enquanto os outros três homens se encaravam com ar de seriedade. Artemis quase caiu de susto quando os olhos de Gnoa cruzaram com o dele e depois voltaram à moeda.
- Pois então fale logo, homem, não venha me matar antes da hora! – o pai já estava vermelho e falava gesticulando bastante.
- Viajávamos por Aliatra há uns dias atrás, acompanhando alguns velhos companheiros de aventura. Fiquei então sabendo que o exército de lá planejava avançar as fronteiras de guerra e que já estava marchando para os lados de Petigretor.
- Impossível! – Lúpulo quase gritava – se houvesse tropas inteiras marchando pra cá eu já teria sido avisado!
- Mas e se fossem apenas batedores? – respondeu Menéltar. - Em tempos de guerras as atenções estão voltadas a pontos demais.
- Mas o que batedores poderão fazer contra nossa guarda? – perguntou Marco, um pouco menos aflito que o pai.
- Talvez eles planejem um ataque à cidade e mandaram uma tropa de reconhecimento – disse Menéltar.
- E quando eles chegam? – disse Lúpulo.
Menéltar olhou para Gnoa, com olhar inquisitivo, convocando o amigo para a reunião.
- Prossiga Menel, – atalhou o jovem, com um leve sorriso e ainda brincando com a moeda – você estava indo bem. E você sempre foi melhor pra contar histórias!
Menéltar retribuiu o sorriso e prosseguiu:
- Ontem pela noite vimos um acampamento há algumas horas de viajem daqui, montado longe da estrada principal. Gnoa investigou o lugar e viu que eram de Aliatra. Uns cinqüenta homens e bem equipados, todos com armaduras leves. Devem estar tramando algo.
- Eles estavam ao leste? Pois mandarei atacá-los o quanto antes! Vou escrever uma carta convocando a ajuda dos lordes vizinhos! – disse Lúpulo, cada vez mais exasperado e com a face mais avermelhada.
- Um ataque aberto não deve ser uma idéia muito boa – disse Gnoa – a não ser que você contasse com um efetivo muito grande. Eles estão com muitos arqueiros e as perdas seriam grandes.
- Sei como dar um jeito nisso – respondeu, em tom seco, Marco, que foi então alvo de olhares inquisitivos dos outros.
Artemis ouviu o som de passos subindo a escada e se afastou da porta. Esgueirou-se pelo corredor o mais rápido que pôde em silêncio e foi para o quarto. O peito pulsava e a testa suava. Ele sabia que o exército de Aliatra avançava cada vez mais pelas fronteiras e que Petigretor estava no caminho. Um turbilhão de coisas rodava em sua cabeça, pensando sempre que a guarda da cidade não seria páreo para um exército.
No dia seguinte, ainda bem cedo, Gnoa e Menéltar já se despediam da família, para seguirem de volta a suas intermináveis jornadas. Ao abraçar Artemis, Gnoa disse bem baixo no seu ouvido:
- Toma cuidado com o que você vai fazer, garoto!
Afagou os cabelos do jovem, deu uma piscada, sorrindo, e saiu.
E foi mais ou menos assim que tudo começou.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Quem entende o Word?
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Do outro lado da história
Os gritos são sempre tantos e tão altos que acabam por abafar o som seco do baque do objeto que se choca com o chão. Todos os olhares confluem para os dois personagens em primeiro plano naquele ato: o machado e o condenado.
Mas há sempre uma alma esquecida, talvez até mesmo por Deus, coabitando aquele palco. Uma alma de homem, talvez solitária, talvez preenchida por algum amor, se é que seres de mãos tão banhadas em sangue são capazes de amar. Terá algum dia uma mulher sido um algoz? Teria sido ela capaz de amar?
Não há perdão implorado, lágrimas ou súplicas que detenham aquelas mãos firmes, já calejadas, tanto quanto a alma. Mas quem é mais selvagem? A mão que decepa ou os sorrisos que se abrem ao menor sinal de sangue?
Alguém já se dignou a olhar nos olhos de um carrasco no momento da execução? Que angústias desesperadas aqueles olhos profundos devem carregar, conscientes do número de vidas em sua conta? Talvez por isso os algozes cubram o rosto; pra ocultar a hesitação não demonstrada pelas mãos. Pois se os olhos são a janela na alma, não há nada mais obscuro que o semblante de um executor.
Mas chega um dia em que cada cabeça cortada é apenas mais uma. As mãos já não precisam disfarçar a hesitação e nem sequer os olhos indicam qualquer sinal de vida. Não há nada mais que um homem morto levando a morte a um condenado. Pois não há vida que se sustente entre tantas perdas levadas.
Um carrasco é um eterno combatente sem um lado definido na guerra. Ele decepa os condenados e talvez depois os antigos mandantes. Seu machado afiado é cego, insensível à carne cortada. Mas o homem que o maneja, não. O que deve passar pela cabeça de um homem incumbido de executar o próprio pai ou o próprio filho?
Talvez por isso o algoz cubra o rosto; para que, ao menos por um instante, as pessoas se esqueçam de que ele também é um ser humano.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Crônica de uma viagem (quase) inútil
Se eu tirasse o “Crônica” e as coisas tivessem corrido melhor o título do texto ia virar filme no SBT.
Há alguns meses tive a brilhante idéia de tirar visto pros States. Pra quando aparecesse oportunidade e tals. Resolvi agendar a entrevista no Consulado do Rio, nem lembro mais o porquê. Preenchi um formulário colossal (e sim, tive que marcar YES quando me perguntaram se eu tinha conhecimento sobre produtos químicos e explosivos...), paguei uns 250 conto e por aí vai.
O tempo passou e eu nem vi. Já tava quase chegando a data da entrevista. “Vou de ônibus”, pensei, “Vai que se eu pegar avião ele atrasa”. E lá fui eu, comprar passagem pra um ônibus que saía quinta às 23:30. Até parece que eu não me conhecia. Óbvio que eu não ia conseguir dormir na viagem. Pra volta, a passagem aérea já estava comprada.
Providenciei mil e um documentos e lá vou eu pra rodoviária. Quem nunca esteve numa rodoviária a essa hora tem que visitar uma. Pessoas de todos os exemplares espalhadas pelas cadeiras desconfortáveis. Umas, sem conseguir conter a empolgação com a expectativa da viagem. Outras, com os olhos retratando uma exaustão quase palpável. No meu caso, não era um nem outro. Era só vontade de acabar tudo isso depressa. O pior de tudo é que no consulado não pode entrar com coisas eletrônicas, então meu bom iPod teve que ficar em casa.
O ônibus até que causou boa impressão. Era daqueles de dois andares. Meu lugar, olha só, era na primeira fileira do andar de cima. E lá fui eu, sacolejando por aí, com vista privilegiada da rota noturna. “Sacolejando” é uma palavra perfeita para o que aconteceu a noite toda. Era só eu tentar dormir que o motorista, temerário, me acordava na primeira curva. Fui pensando na vida, que mais eu podia fazer? Metade da viagem se passou e eu não havia pregado os olhos ainda. “O dia amanhã vai ser aquela beleza”, pensei. Talvez vocês vejam vários “pensei” ao longo do texto. Que mais fazer em uma viagem solitária?
Devo ter cochilado por umas duas horas, em pequenos turnos nas 3 horas e meia restantes de viagem. Cheguei na rodoviária do Rio, umas 6 e pouco da manhã. Muito foda! Nos cinco minutos que fiquei lá deu pra perceber que tinha muita cara de aeroporto. Lojas e mais lojas, até bem arrumadinhas. Precisava ir pro aeroporto Santos Dumont. De lá eu fazia o resto do trajeto até o consulado à pé. E lá vou eu em busca do ônibus de conexão. Fui esperando que fosse igual à BH: você compra a passagem em um guichê na rodoviária e ele sai lá de dentro mesmo.
Ledo engano! Depois de pedir umas informações aqui e ali, descobri que tinha que pegar ônibus na rua mesmo. E qualquer vestígio de ordem acabava quando se saía da rodoviária. Alguns viadutos se cruzavam sobre minha cabeça, enquanto ônibus e mais ônibus (numa taxa de uns 3 por segundo) estacionavam pra pegar passageiros. Tinha até um cara pra organizar o trânsito.
Depois de uns vinte minutos eu peguei um ônibus, um Frescão, com ar condicionado. Andei um pouco e depois saltei em frente ao aeroporto. Na passarela pra cruzar a avenida, uma surpresa: olhei pro lado e vi o Cristo Redentor, bem ao longe. Uma bela visão.
O aeroporto era pequeno. Tomei café e sentei em um canto pra estudar um pouco, até dar a hora de ir pro consulado. E então eu fui. O caminho era até bem agradável. A fila era até gigantesca. Mas, seja lá como for, fui atendido na hora marcada.
O mais incrível de tudo é que ficava um povo recolhendo mochilas, celulares etc das pessoas que iam entrar no consulado, por uns 5 reais ou coisa assim e, mesmo no centrão do Rio, tudo voltava pras suas mãos depois da entrevista.
Saí do consulado a fim de dar uma volta. E fui, andando à esmo pelos arredores, apreciando aquela mistura de construções antigas e prédios modernos. Olho pro lado e opa! Estou em frente à Academia Brasileira de Letras. Um prédio muito bonito, com aquela beleza classuda que se espera. Pena que estava fechado pra visitação.
Andei o resto do quarteirão e, quando estava a fim de arrumar um canto legal pra sentar e pensar na vida, vi o que parecia ser uma exposição de arte, no segundo andar de um prédio bonitão. Entrei e não me arrependi. Era uma mostra de retratos pintados pela artista plástico cubano Julio Piroh. Pois é, eu também nunca tinha ouvida falar, mas as pinturas eram bem legais. Na saída, conversando um pouco com a recepcionista da exposição, descobri que no prédio ao lado funcionava a Biblioteca Rodolfo Garcia, da ABL. Fui pra lá. Era um bom lugar pra sentar, descansar e estudar um pouco.
Precisei fazer carteirinha lá. Nunca vi tanta burocracia. Depois de ler mil avisos e assinar centenas de papéis, fui ler um pouco. Vez ou outra eu parava e olhava em volta. Era tudo muito organizado e bonito. Pena que uma hora depois minha barriga estava roncando alto demais e já perigava de eu ser expulso de lá por perturbar o silêncio. Resolvi almoçar num restaurante pequeno a algumas quadras dali. Não parecia ser muito caro. Mas era. Não sei se pros padrões do Rio, ou ao menos do bairro. Mas 27 conto o quilo de comida é um preço com o qual não estou muito habituado.
Saí do restaurante e andei um pouco mais. Vi do outro lado da avenida umas placas com o símbolo da Petrobrás, perto de um prédio bem diferente, mas bonito. Atravessei a passarela e descobri que o prédio diferente era o Museus de Arte Moderna. Andei mais um pouco e vi o mar. Era uma enseada bem bonita, repleta de barcos e rodeada de pequenos montes. Descobri depois que era a Marina da Glória. Sentei de frente pro mar e fiquei apreciando o horizonte. Percebi que dali onde estava eu podia ver, ao longe, o bondinho do Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. E fiquei ali olhando em volta, até que resolvi ler um pouco. Li o que consegui – era difícil impedir que o vento passasse as páginas. Levantei pra ir pro aeroporto. Já estava chegando a hora de fazer o check-in. Vi que um cara sentado perto de mim me olhava e rabiscava algo. Saí andando, os olhos dele me acompanharam e os rabiscos prosseguiram. Na hora não tive a idéia de pedir pra ver o desenho. Hoje eu me arrependo.
Na volta pro aeroporto, uma nova olhada pro Cristo na passarela.
O vôo não atrasou, mas peguei um baita trânsito em BH. Foi um jeito diferente de conhecer um pedacinho de nada no Rio. E foi bem legal.
E não, não consegui o visto. Mas isso nem importa mais.
Eu tava ali embaixo!!
domingo, 11 de setembro de 2011
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte X
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte IX
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte VIII
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte VII
sábado, 10 de setembro de 2011
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte VI
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte V
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte IV
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte III
Ato I - O Ceifeiro do Capuz Carmesim - Parte II