quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Megazord é o caralho!


E a gente se achava tão foda....

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Selton Mello e a Política Internacional

- Eu sinto cheiro de maconha
- Com que frequencia?
- O tempo todo.


Pois é amigos de outras estradas, hoje fui ao masp assistir, é claro, nosso querido Selton Mello no filme O Palhaço. A exibição do filme foi em lugar aberto, ao lado da AVENIDA PAULISTA! Que merda! Nos primeiros minutos de filme eu não conseguia entender praticamente nada, uma pena. Uma vez que meus ouvidos se acostumaram e aprenderam a isolar o som do filme foi até de boa. Enfim, eu gostei do filme, achei até bem emocionante e engraçado, coversando com a galera vi que teve gente que não curtiu muito, acho que porque a narrativa foge um pouco do padrão holywoodiano, mas assistindo lá a pessoal em geral deu bastante risada. E a maconha tava rolando solta lá é claro, e dava pra sentir o cheiro em cada esquina até a minha casa. Vamos dizer que eu cheguei em casa com os olhos vermelhos, não sei se foi o cisco que entrou no meu olho, se eu chorei no filme e não percebi ou se os maconheiros - que dominam são paulo - estão me obrigando a fumar (pasivamente) demais.

Na volta, um rapaz solava loucamente em sua guitarra, tive que parar alguns minutos para ouvir é claro.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Diário de Viagem: Ouro Preto

Seguindo a linha de escrita do post Top do Bozzó e a Experiência Antropológica, eu fiz aquilo que deveria ter feito quando estive em BH. Se vocês que leem aqui não se lembram desse post, eu vou refrescar: nele eu dissertava sobre um movimento alternativo que participei em BH e perdi a chance de fotografar por não estar com a câmera. Contudo, dessa vez, eu estava munido com meu equipamento e voltei com muitas fotos.

Há algumas semanas a agência de fotografia Barrocopress entrou em contato comigo. Queriam fotógrafos para cobrir um evento anual de uma mineradora chamada Samarco, que fica truncada ali na região de Ouro Preto e Mariana. Era minha chance de conhecer e perder a virgindade da cidade histórica e fazer contatos importantes para o futuro. Como tinha a câmera em mãos por causa do trabalho, eu só não fotografaria o contato social e o clima antropológico de Ouro Preto se ñnão quisesse, mas isso não aconteceu.

Fui numa quinta-feira. Fui com dois amigos fotógrafos de carro e estávamos combinando de passar a noite na casa do nosso contratante, Neno Vianna. Mas, chegando lá, um contratempo: Neno estava esperando dois fotógrafos em vez de três e não havia espaço para todo mundo. Enquanto resolvíamos o que iríamos fazer, outro problema: a água na casa dele acabou por causa de um cano estourado. Tudo bem, foi fácil de resolver. Eu tinha um amigo morando em uma república em Ouro Preto e, enquanto eu me hospedava por uma noite por lá, os outros dois iriam para uma pousada ali perto.

Eu havia sido contratado para trabalhar no sábado e no domingo, então tinha a sexta feira de folga para conhecer a cidade e me enturmar com as pessoas. Não hesitei em virar a noite, uma vez que tinha o dia seguinte todo para dormir e descansar.

O clima social de Ouro Preto é muito diferente daquele que eu estava acostumado a vivenciar. Logo na primeira noite eu conheci umas quinze pessoas diferentes. A cada minuto uma figura nova adentrava pela porta da república, ficava alguns minutos e ia embora para depois voltar de madrugada, completamente bêbado ou alterado por alguma substância, fosse ela maconha ou LSD, ou uma combinação perigosa de ambos.

Essa primeira noite foi aquela no estilo "quebradeira". Foi a primeira impressão e a mais marcante daquilo que geralmente se encontra em uma república em Ouro Preto. Meu anfitrião me levou direto na cozinha da casa, queria me mostrar algo. O segui e quando chegamos lá, ele cuidadosamente pegou um prato em cima da geladeira e me mostrou o que tinha nele. Não sei a quantidade exata, mas posso jurar que havia, no mínimo, quatro colheres de concha de maconha ali dentro. "Pra quem quiser, só pegar. Self-service", ele me disse, e depositou o prato de volta onde estava.

Dali fui conhecer o  resto do pessoal. De certa forma estava em casa, depois que conheci aqueles que estavam ali. Músicos, pintores, escritores (a própria irmã do meu amigo é professora de Português numa escola fundamental lá de OP). Artistas de um modo geral. Me simpatizei bastante com Franz, o cara que toca duas flautas ao mesmo tempo na foto. Ele realmente fez aquilo, e depois me ensinou como fazer e durante o resto da madrugada fiquei brincando com aquilo.

Depois de cumprir com o protocolo social de conhecer todas as almas ali viventes, as quais estavam me hospedando, eu recebi o convite. Sentamos na roda e o beck começou a girar. Eu não perdi a chance e para o MT que sempre foi adepto do "i seriously doubt" toda vez que toco nesse assunto: não, MT, não foi a primeira vez que fumei maconha. Não fumei daquela que tinha no prato do self-service. Fumei daquela que a galera carregava no bolso. A do prato não fiz uso dela em momento algum. Acenderam logo dois cigarros pra umas 7 pessoas que estavam ali. Eu fumei de um só e fui fotografar. Todas essas fotos que estão aí foram feitas sob o efeito da droga.

Quero fazer um post dissertando sobre o efeito que essa merda dá aqui no blog também. Fiz um vídeo porco, no escuro, o qual vou publicar aqui depois.

A questão é que esse dia foi quebradeira pelo seguinte motivo. Fui dormir umas 8 horas. Vi o raiar do sol no frio de Ouro Preto e ainda estava sob o efeito da erva quando deitei na cama pra descansar. Durante a noite eu e o Pardal fumamos, com mais um cara uns 4 baseados. Não. O efeito não é cumulativo. Ele só é prolongado.

Enquanto todo mundo que estava na república dormia ou estava andando pelas ruas de Ouro Preto, eu e ele e mais o terceiro sujeito (que havia fumado com a gente mesmo depois de ter tomado LSD), ouvimos música e ficamos rindo de nós mesmos. E essa foi só a primeira noite. Foi dividir os posts por dia aqui. Fica mais fácil pra mim e menos cansado pra quem lê.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Brother John of Jesus

Essa entra pro hall daqueles eventos singulares de uma vida.
Eu e a Laura estávamos num terminal de ônibus aqui em Houston quando avistamos uma figura no mínimo estranha. Um homem negro, possivelmente mais de 50 anos, barba grisalha longa, roupa branca, chapéu, cinto com uma fivela dourada do tamanho do meu punho e uma capa com a estrela de Davi desenhada (que bem podia ser a bandeira de Israel...). Ele estava de braços cruzados, encostado em uma pilastra e om os olhos fechados.
O ônibus que a gente esperava chegou. Entramos. Ele também. Eu e a senhora sentou no meio, juntos; ele foi pro fundo. O ônibus estava cheio.
Depois de uma semi-eternidade demos o sinal pra descer. Senti um toque no meu ombro, quando ainda sentado, e me virei. Era o tal sujeito, uma rosa em punho – surrada, é verdade – estendida pra mim. Peguei. Junto vinha um papel. Ele acenou e voltou ao seu lugar no fundo.
O papel era um xerox antigo, uma reportagem de jornal sobre ele. Brother John Jesus, ou algo que o valha. Ninguém sabe nada sobre ele, só que costuma ser visto ajudando pessoas carentes cidade afora.
Na hora de descer do ônibus acenei pra ele, ao que ele acenou de volta.
Guardei a rosa surrada até que murchasse por completo.
E gosto de pensar que, de alguma maneira, esse gesto dele significou alguma coisa.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Última Noite


Não há dama no mundo que não mereça defesa e não há ofensa tão leve que não valha um duelo. Bom, na verdade não é bem assim.
                Uma das coisas que há meses gostaria de postar aqui e venho protelando é contar a história de Évariste Galois, matemático francês que viveu no século XIX. Talvez tenha vivido não uma vida, mas um terço de uma. Morreu aos 20. Mas levou vida intensa.
                Jovem brilhante, ativista político, algumas vezes na Bastilha. Pegava em armas para defender seus ideais. Na sua curta vida produziu algumas ideias importantes para a matemática, como a Teria de Grupos, a qual conheço apenas superficialmente, com aplicações até na química.
                Mas a ideia não é pintar um relato biográfico. Não quero falar da vida de Galois. Quero falar da morte. Apesar de haver algumas lacunas a serem preenchidas nessa história, pode-se dizer que haja duas versões:
VERSÃO 1 – o que diz a História (ao menos a versão mais aceita)
Galois era apaixonado por uma jovem, prometida de um soldado. Ao que parece a jovem em questão teve alguns problemas, que veio a confidenciar ao matemático. Ele tomou suas dores e desafiou o noivo para um duelo. Já prevendo morte certa, enviou uma carta a um amigo próximo contendo um rascunho geral das ideias de seus trabalhos, com versões redigidas previamente desses trabalhos anexadas. Lutou e morreu.
VERSÃO 2 – como ouvi a história pela primeira vez
Galois era apaixonado por uma cortesã de Paris. Tendo a mulher sendo ofendida por um rapaz desconhecido, Galois tratou de defendê-la e desafiou o ofensor a para um duelo. Veio a saber depois que o adversário era o maior duelista da época e que já havia matado um sem número de jovens em duelos como o que travariam. Passou a noite em claro escrevendo todas as suas ideias em uma carta, enviada na manhã seguinte a um amigo. Lutou e morreu.

Não sei quanto a vocês, mas prefiro a segunda versão. É mais bonita, mais romântica. Mais inspiradora. Sugere que uma única noite pode ser significativa por uma vida, desde que o tempo seja bem utilizado. A ideia de um jovem, pena em punho, redigindo coisas épicas à fraca luz de uma vela (e só uma) é grandiosa em sua simplicidade. Imaginar erros rabiscados – corrigidos logo adiante, letras corridas – mas firmes... ouso até enxergar umas manchas de café aqui e ali, só pra compor a cena.
Sinto que falta romance ao mundo, uma cor diferente. Algumas vezes a história tenta eliminá-lo com a crueza dos fatos. É o trabalho deles, afinal. Mas, ainda que nada contra todos os fatos, ainda que eu estivesse lá pra ver, ia preferir a segunda versão.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cartas para Iwo Jima

Andei pensando na utilidade desse blogue e na inutilidade que ele está tomando e isso anda me deixando deprê. Agora que estão todos oficialmente em cada cidade, longe e sem qualquer contato físico e sexual pessoal que tínhamos antes, acho que agora é a hora pro blog bombar.

Me entristece saber que essas coisas não estão acontecendo. Desde que o MT zarpou de fuga pra Lone Star State nós o utilizamos muito pouco. Desde quando o Fox saiu de fuga pra sampa, nós não utilizamos nada. Eu cheguei a preparar um post sobre minha ida a Ouro Preto e minhas aventuras psicoativas por lá. E ainda vou, como forma de incentivo a fazer os senhores a voltarem a postar sobre suas aventuras nas cidades do mundo em que estão.

Não importa que seja só um post curtinho, eu acho. Pelo menos não me importo que seja algo do tipo: "hoje visitei o Museu dos Encantos". É mais um post simbólico pra dar o ar da graça e quem tiver longe ficar sabendo do que vocês tão fazendo. Afinal, a proposta era o que o blog nos mantenha conectados, tuguéder, mesmo far away from home.

PS.: Post para o Fox e MT, já que Elba vê as coisas e ignora e o Mix desde quando deu a bundinha ficou doido e nunca mais deu as caras.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Shows que eu já vi

O post anterior do MT me deu uma ideia que eu comecei a desenvolver no comentário feito no tal post. Até onde eu me lembro, a gente nunca fez uma viagem junto. MT reclamando que perdeu shows de gente importante pra música e eu dizendo que já vi shows de (não muita) gente importante pra música.

O Camping & Rock acontece uma vez por ano e sempre cai no feriado de Corpus Christi. É uma ideia que estou dando...

Mas o post é sobre os shows que eu já fui.

BELCHIOR
Não foi exatamente um show. Era um punhado de gente se apresentando e ele estava lá no meio. Infelizmente não tenho fotos, não era fotógrafo na época.

SÁ & GUARABYRA
Na época o Zé Rodrix não estava com eles, mas foi bom de todo jeito. Show de graça na Praça do Santuário. Eu e meu pai. É sensacional pensar que eu já fui num show dos caras que mudaram o cenário musical com o dito "rock rural". Mistura de rock com caipira e letras sobre viver no campo. Também não tenho fotos, eu tinha 10 anos na época.

VANESSA DA MATA
Não que ela tenha contribuído em coisa alguma pra música nem pelo fato dela ser muito mainstream pra que eu ouço em casa. Lembro que gostei do show dela. Animado, canta bem e sabe manter o público entretido. Ela sabe o que tá fazendo. Sem fotos porque imaginei que iriam barrar uma câmera grande com uma teleobjetiva de 300 mm sem credencial. Devia ter levado uma semi automática que nem fiz no show da Maria Rita.

MARIA RITA

Acho que foi (acho) o primeiro show que fotografei. E foi logo o dela. Canta bem. Filha da Elis. Se fechasse o olho dava pra imaginar a mãe dela cantando. Quase como se fosse a Elis Regina cantando músicas novas que não eram do Belchior.

CARTOON

Banda independente do cenário musical de Beagá. Muito boa. Tem três álbuns lançados que são a trilogia de uma ópera rock sobre o Rei Artur. É genial a parte instrumental e o ponto de vista da história deles.

ALEXANDRE ARAÚJO

Fui no show desse cara duas vezes. As duas no CR. As duas vezes foi ápice de todo o festival. Esse cara sabe fazer um blues de primeira e sabe animar a galera. Sem falar que esse candango foi aluno do B.B. King e hoje é o braço direito dele no blues do Brasil. Também é irmão do Marco Antônio Araújo, um dos músicos mais importantes do rock progressivo mineiro.

SÉRGIO HINDS

Um dos melhores guitarristas do Brasil. Quem já ouviu O Terço? Imagino que ninguém daqui já leu, né? Aconselho. Vocal de Flávio Venturini. Na década de 70 o Hinds foi o guitarrista mais influente do Brasil, quando O Terço ainda existia...

ZÉ TRINDADE
Não tenho fotos, mas esses caras são geniais. Provaram que é possível fazer rock n' roll de qualidade usando uma viola caipira (isso mesmo, a de 10 cordas e não a de 12), em vez de guitarra. E cantam em português!

LADYLIKE
São sensacionais. Progressivo bruto, quase experimental. A vocalista canta muito e todos os instrumental é explorado em diversas áreas. Muito bom.

AUDERGANG
Pra quem gosta de hard rock. AC/DC, Grand Funk Railroad e afins. Esses caras são fodas. E parecem ser gente boa também. Quando elogiei o guitarrista deles no Facebook o cara me adicionou no dia seguinte. uahsuahsuhsa

JETHRO  TULL
Preciso mesmo explicar?

ROGER HODGSON
Foi vocal, co-fundador e co-compositor da maioria das músicas do Supertramp. Precisa de mais?

domingo, 15 de julho de 2012

Shows que não verei


Vocês já tiveram aquela sensação de impotência ante a impossibilidade de assistir a shows de artistas que você gosta? Pois é. Resolvi compartilhar alguns casos que consigo me lembrar.

Belchior
El Bigodón está vivo, mas depois de o Fantástico revirar o continente até achá-lo no Uruguai, não acho que ele voltará a fazer shows tão cedo. Uma baita duma pena.


Raul Seixas
Gênio.  Mistura de loucura e lucidez. Toca Raul!


Bezerra da Silva
Um cara tão malandro que, pelas palavras do escudeiro Dicró, morreu numa segunda que é pra não atrapalhar o fim de semana de ninguém. As músicas são sempre animadas e com agudeza e criatividade surpreendentes. Sabia fazer um trocadilho como poucos. Morreu em 2005.


Cesaria Evora
Cantora cabo-verdense, conhecida como a “Diva dos Pés Descalços” por preferir subir aos palcos sem calçado. Suas músicas são uma mistura de ritmo até animado, mas com um tom melancólico no fundo. Faleceu no final de 2011.


Vinícius, Tom e Toquinho
Dos três só o Toquinho continua na ativa. Seria simplesmente foda poder assistir esses figurões da bossa nova tocando, a poesia do Vinícius com a música de Tom e Toquinho. Naturalmente, eles cantariam entre um copo de whisky e outro.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Rock Cambojano

Em homenagem ao dia mundial do rock, eu queria fugir das bandas tradicionais de rock e procurar por algo novo. Pesquisando sobre história da música (porque sou um maldito filho da puta sem disciplina pra estudar música em si adequadamente), descobri duas coisas: a primeira não interessa.

A segunda foi essa banda de rock cambojano. Achei interessante e partindo da premissa que esse blog só tem coisas peculiares e estranhas, achei que seria interessante publicar essa desgraceira aqui.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Book: Fox na Varandinha





He is sooooo secxzy!!!

domingo, 8 de julho de 2012

Déjà vu



                   Talvez digam por aí que todo ser humano carrega implícito o mesmo subtexto em toda sua obra. Não se conhece a universalidade dessa proposição, mas aquele homem era exatamente assim. Era poeta e escrevia sempre a mesma coisa. Cambiavam-se os verbos, os substantivos e quiçá os adjetivos, esses últimos os culpados por tantos suspiros inocentes. Trocavam-se as sílabas a serem rimadas ou o ritmo. Mas o cerne persistia.

             Com o mesmo corpo, com uma ou outra roupa ou maquiagem, ele era capaz de desmaiar donzelas, inspirar os mais jovens e até conquistar favores políticos. Obteve sucesso, naturalmente; e dinheiro e fama e renome.

                No fim, talvez não importasse que alguém dissesse sempre o mesmo. O crucial pareceu ser perceber que todos queriam ouvir as mesmas coisas.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Eu cansei!

Esse é um post direcionado mais especificamente ao Fox. Pra deixá-lo feliz com a promessa de que dia mais felizes virão. Dias em que nós poderemos nos sentar na varandinha e nos embriagar com todinho e JNHC. Dias em que daremos tiros em zumbis e depois voltaremos para a varandinha para continuar a embriaguez de todinho e JNHC, enquanto falamos das séries que não assistimos. Das séries que assistimos e não gostamos. De quando será que o MT volta. Se é que ele volta. Discutimos também quando é que o El vai assumir a viadagem enrustida dele e parar com essa atuação de macho que nem a ele mesmo convence mais. Discutiremos porque será que o Matheus saiu do grupo de RPG. Sabemos que o grupo é voltado para o RPG, pra gente marcar os jogos e o El desmarcar no dia seguinte, mas porra! Só porque o El desmarca toda vez não precisa sair grupo, Mix!

Galera, perceberam o tom pausado com que eu escrevi? Pontos finais em demasia. Leitura pausada. Eu queria poder transmitir através do texto a sensação de cansaço que eu estou sentindo. Não é um cansaço triste e pesaroso, não me entendam mal. É só cansaço seguido por uma leve frustração de não poder fazer as coisas que se gosta de fazer.

A parte que é direcionada ao Fox é aquela em que eu falo que a partir de hoje, eu terei mais tempo de voltar às atividades na varandinha. Eu pedi demissão do De Bar em Bar. Não estava conseguindo viver com o trabalho do meu pai, com o do Integral e com o do De Bar em Bar, daí resolvi escolher um para sair.

Resolvi escolher o que me dava mais projeção na cidade e também o que me pagava menos. Além de ser também o que eu menos gostava. Cobrir eventos é legal. Cobrir bares todo final de semana é um saco. Por isso decidi que ficarei apenas com o Integral e meu pai. Os dois juntos me dão o que eu preciso e sem falar que assim terei tempo de voltar minhas visitas ao Estúdio Sandra Mendes. A mulher tá botando fé em mim e disse que quer me ensinar.

Enfim, não vou me prolongar por muito tempo aqui. Como eu disse: to cansado e tenho que poupar energia pra ir lá na casa do Fox. Provavelmente ele vai ler isso aqui só depois que eu tiver ido lá na casa dele, contado sobre esse post e ido embora. É sempre assim.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

And the Heavens Shall Tremble

Esse é um post mais de compartilhamento de alegria do que qualquer outra coisa. Como vocês bem sabem (ou não, e caso não saibam, fiquem sabendo agora, eu tenho tido muito pouco tempo pra eu mesmo) estou com três empregos e nenhum tempo mais para jogar RPG aos domingos. Já cansei de contar quantos finais de semana que eu perdi por causa desses trabalhos, sem contar a faculdade. Enquanto vos escrevo, estou nesse momento, no escritório do meu pai, com dois computadores voltados para mim e em cada um eu faço uma coisa diferente. Um tem conexão com a internet e o outro, não. Num eu trato minhas fotos, no outro eu vos escrevo, faço as coisas que meu pai me manda fazer e, quando chego em casa, durante a parte da tarde eu parto para mais uma jornada de fotos que dura até as seis e pouco da tarde.

Eu decidi escrever nesse blog com mais frequencia pra manter vocês atualizados. Atualmente eu trabalho como fotógrafo do Integral, do De Bar em Bar e trabalho pro meu pai. De vez em quando, assim que posso ou quando me abre uma brecha de folga entre um trabalho ou outro, eu dou um pulo na casa do Fox e o paierin no beiço rola solto por lá.

Mas existem coisas boas. Muito dinheiro entrando. Com a graça de Odin não tem nenhuma mulher me infernizando a vida e vocês bem sabem como eu me abalo fácil por causa de uma boceta (hahahah). A parte boa disso tudo é que eu todo o dinheiro que eu ganho eu gasto comigo mesmo e com mais ninguém. Como o último investimento que eu fiz.

Eu conheço vocês e sei que o único fã de Diablo aqui sou eu, mas ainda assim, vocês têm que aturar esse post que faço com os olhos marejados de lágrimas (mentira, é claro). Minha mais recente aquisição. Chegou  na sexta, ainda nem abri e as coisas do lado de dentro estão todas lacradas no plástico. Mas vou abrir.

Prometo que quando tiver tempo, vou tirar uma foto e publicar aqui. Mas, por enquanto, tamanha a minha empolgação em fazer esse post pra contar sobre isso que vocês vão ter que se contentar com essa imagem aqui mesmo.

Sim! Ele é enorme. Sim, vem com um pendrive em forma de soulstone e o crânio do Diablo como base pra ele. Sim, ele contém um CD com toda a trilha sonora. Um livro ilustrado com toda a artwork do jogo. Dá até vontade de retomar aquele RPG que eu iniciei há muito e não terminei...


terça-feira, 12 de junho de 2012

Versos e Música

Isso é mais uma pergunta que um post propriamente dito.
Vocês acham que existem versos que são imusicáveis?
O que me fez pensar isso foi a música abaixo:


Até onde eu sei esse poema foi concebido tão somente como poesia, sem intenção de se tornar música. Os versos estão entre os mais bonito que consigo recordar. Mas não gostei da música. E quem tentou dar vida a ela é um dos mais competentes que o Brasil já teve.
Naturalmente só porque eu não gostei não significa que não tenha ficado bom e que tudo é musicável, o que muda é se o resultado final é bom ou não e blablablabla.

Sem argumento vazio.
O que vcoês acham?

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Paierin no Beiço

Nada de filosofia. Nada de passagens poéticas e canções épicas sobre reis e rainhas em seus tempos soberanos.

Todos se curvam perante um paiero nas beiça!

Eu lhes apresento, gravado em estúdio profissional, Peierin no Beiço!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Príncipe gay da França

Se essa não é a coisa mais gay que você já viu, eu não sei o que você anda assistindo...

Pois é, o blog tava ficando muito filosófico. O qu você acha disso elba?

INSTANTE POSTERIOR AO DEVANEIO

O que dizer sobre o instante posterior ? Apenas que ele nos acompanha e determina muitas de nossas
grandes experiências de vida. Personificado, carregado de emoções ele caminha com suas outras formas,  que são o instante anterior e o agora.
Estamos presos a ele, nossa experiência de vida passa sempre por um instante posterior, que vem, e vem,  inexoravel, agregado a tudo o que fazemos. Quando ansiamos por algo, por experiências, por momentos, lá está o instante posterior pronto para nos mostrar todo seu explendor, sempre mutável, e sempre presente, sorrindo com uma de suas infinitas facetas.

Futuro, resultado, consequência, nomes diferentes do instante posterior...

Quando pensamos um pouco percebemos que ele está por trás de todas as nossas ações, totalmente
seguro de que iremos a seu encontro, como um predador que espera imóvel pela sua presa inocente...
Para a presa o instante posterior é a surpresa, o medo, a luta e a morte. Para o predador é a própria espera, o cheiro que se aproxima, a adrenalina que se acumula...e o bote.
Ah, que bom é o instante da saciedade, do torpor digestivo e do sono despreocupado,
enquanto isso o instante posterior sorri em compaixão pela presa, e sorri admirado com a felicidade
do predador,  que ignora o maior dos predadores, que contém em si todos os instantes posteriores...

Muitos que conheço dizem não ser possível perceber a dimensão supracitada, que é simplesmente
conceitual e pode apenas ser medida e constatada, mas a mim ela salta aos olhos, se mostra tão
óbvia quanto o espaço, ou a matéria.
Nomes são muitos, um deles muito bem representado por uma charada de Tolkien, e é com ela que me despeço,  deixando o leitor encarregado de decifrá-la, em um instante posterior...


´´ Essa é a coisa que tudo devora,
Feras, Aves, Plantas, Flora.
Aço e Ferro são sua comida,
E a dura pedra por ele é moída,
Aos Reis abate, a cidade arruína,
E a alta montanha faz pequenina.``
                                         Sméagol

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Top do Bozzó e a Experiência Antropológica

Esse não é um texto conclusivo. Se vocês esperam um atestado ao final dele, esqueçam e podem parar de ler ainda agora.

De um mês pra cá eu dei uma passada rápida de 3 dias em BH. Fui de guia com um amigo que não sabia o caminho e não sabia andar lá dentro de carro. Ele tinha uma festa de 15 anos pra fotografar com a namorada e me pediu auxílio pra levá-lo até lá.

Fomos na sexta, sendo a festa no sábado à noite e nós voltaríamos no domingo depois do almoço. Eu não fui fotografar com eles, e nesse meio tempo eu fui ficar na casa de uma amiga porra-louquissima que mora (adivinhem aonde!) no Maletta.

sábado, 19 de maio de 2012

Feliz Aniversário


                Acostumara-se à pior das solidões: a das trincheiras. E, anos após embalsamar a farda, ainda mantinha esse velho hábito. Não havia outra mão que lhe espanasse a mesa, nem que lhe preparasse o chá. Era autossuficiente como o são o dia e a noite (se contados juntos), e tão compassado como as estações do ano. Cada golada da bebida quente parecia cronometrada de tão exata. Precisão espartana.
                Mantinha-se da pensão, que não era parca, mas também não permitia maiores extravagâncias. Não abria mão de seu bom chá e vez ou outra se permitia obter um tabaco bom para alimentar o cachimbo. A casa pequena era fácil de manter asseada e possuía um ar confortável e estático. Na pequena saleta era onde ele passava boa parte dos dias. Poltrona voltada pra parede, repleta de quadros e retratos, retratos dele mesmo ou de paisagens que ele nunca veria; uma mesinha baixa à esquerda e um cavalete montado ao lado da lareira, à direita.
                Quando jovem chegou a estar entre o pincel e a pistola, mas seguiu a marcha. Se fosse pintor, no fim das contas, seria mais por desejo que por talento. Do cavalete em sua sala saíam poucos rabiscos. Ele até que tentava criar algo, mas já o começo o desagradava e antes poupar o tempo dedicado à obra medíocre que insistir, assim pensava. Ora, a obra perfeita é a que não se pinta.
                Na mesinha, um tabuleiro de xadrez. Havia nele esboçada uma abertura espanhola, ainda à espera da derradeira mão a mover o peão dos pretos. Contemplava o tabuleiro, sem mover uma peça mais, revivendo batalhas inteiras dentro de sua cabeça. E nessas lembranças guerreiras iam-se boa parte de seus dias.
                No restante do tempo tentava ler os clássicos. Muitas vezes era derrotado por um tédio sem fim, quando algo dentro de si se revoltava e implorava por alguma ação. Dava então a caminhar pelas ruas, pensando que no mundo de verdade não há espaço para figuras de linguagem ou fantasias. E assim, contraditório, devaneava até o regresso.
Depois de exatos 56 anos não era Homem; era rascunho, de algo que poderia ter sido grandioso.

sábado, 5 de maio de 2012

It`s Showtime!


                Há umas duas semanas eu fui a um jogo da NBA do time aqui da cidade, o Houston Rockets. Pelo jeito não é lá um dos melhores, mas já foi campeão algumas vezes e parece ter Yao Ming como grande ídolo recente. Como fui ao último jogo da temporada e o time já não tinha chances de ir aos play-offs, rolou tipo uma fans night: homenagens, descontos em camisas e coisas do tipo.
                O ginásio é um lugar muito bonito e bem cuidado, além de grande. Apesar de que nesse dia não estava lotado, a impressão que fica é que mesmo quando isso acontece não há filas quilométricas pra se comprar uma bebida; há simplesmente muitos bares lá, espalhados por todos os setores. Tudo muito bem organizado. É até engraçado ver como o público que assiste ao jogo oscila durante a partida. Para muitos ali parece que o jogo em si é um entretenimento secundário.
                Os jogadores dos dois times se aquecem e aí vem a apresentação. O locutor, com sua voz possante, apresenta timidamente o time adversário. Silêncio. Mas aí vem a hora de apresentar o time da casa. E começa um vídeo épico num daqueles telões suspensos sobre a quadra, e o locutor diz o nome dos jogadores (agora de forma vibrante) e a torcida grita. Tudo como se fossem heróis. E é nessa hora que realmente cai a ficha: os jogos aqui só têm uma torcida. Não há vivalma que apoie a outra equipe.
                E o jogo começa. Toda vez que os Rockets atacavam tocava uma musiquinha feliz, tipo Zelda. Toda vez que o outro time atacava (New Orleans Hornets, no caso), tocava uma música tensa. A torcida reclamava de pontos dos adversários, ia à loucura com pontos do time da casa e gritava “defense, defense!” para secar o ataque rival. Afora esses momentos, vez ou outra ouvia-se um “go Rockets!”. Toda vez que os Hornets pontuavam o locutor dizia o nome do jogador bem baixo, mas quando o ponto era dos Rockets era aquele grito vibrante e passava um vídeo no telão mostrando o jogador que marcou. Tudo isso em meio aquele som dos tênis sobre a quadra.


                O jogo foi foda! Os Rockets começaram tomando de lavada, quase 20 pontos de diferença, pra nos últimos 3 minutos conseguir virar. O jogo acabou, os repórteres cercaram o melhor em quadra e boa parte da torcida começou a ir embora. Simples assim. Como era fans night alguns jogadores voltaram à quadra pra distribuir autógrafos, jogar tênis pra torcida (!) e coisas assim. Foi muito bom!
                Mas o jogo em si é algo meio secundário. A verdadeira graça do evento está nos intervalos e nos tempos técnicos. Esse povo sabe realmente como preparar um espetáculo. Era só os times ameaçarem sair de quadra que ela era tomada por dezenas de dançarinas dando salto mortal, uns caras dançando break, pessoas com catapultas de elástico atirando camisas pra torcida, um show de enterradas com aquelas camas elásticas, pirâmides humanas, jogos entre torcedores sorteados valendo cupons e até uma apresentação de crianças dançando street dance! E de repente esse pessoal saía de cena e, sem aviso prévio o jogo já recomeçava.
                Eu fui numa apresentação de variedades. O basquete era só o intervalo comercial.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Babel


                Quase três meses se foram e ainda não me acostumei com o inglês. Ainda acho estranho, por vezes, ouvir as pessoas conversando na rua em um outro idioma. Soa irreal. Simplesmente não parece o som do mesmo mundo em que estou vivendo. Mas estranhamente essa sensação só aparece em situações menos diretas, envolvendo pessoas que eu desconheço e com um idioma que eu (supostamente) entendo. Isso não acontece, por exemplo, quando indianos ou chineses conversam em suas línguas natais ao meu redor.
                Um dia no laboratório dois colegas indianos conversavam em algum dialeto (comum a ambos, o que pode ser raro) e fiquei olhando aquilo, me perguntando sobre se os sons que ele faziam permitiriam expressar completamente as ideia que queriam. Ok, eu estava viajando. Mas essa questão continuou na minha cabeça por mais alguns dias. O que passou pela mina cabeça, basicamente, foi a seguinte pergunta: será que todos os idiomas são igualmente eficientes?
                Primeiramente, imagino (isso mesmo, sem embasamento nenhum) que duas pessoas completamente fluentes em um mesmo idioma conseguem se comunicar perfeitamente. Tomando o idioma como uma entidade dinâmica e considerando que as “línguas vivas” têm sido praticadas desde muito tempo, é bastante provável que já se arrumou um jeito de dizer tudo quanto há pra ser dito. O processo continua com uma criação infinita de novas palavras. Para o que não se consegue expressar com precisão, há sempre o trem, a coisa, o stuff.  Acho que a comunicação entre duas pessoas que partilham a mesma vivência do idioma é perfeita, independente do quão simples o idioma seja.
                Por outro lado, um idioma vai além do conjunto de palavras e seus significados diversos. Cada língua surgiu em meio a um povo, em um dado lugar e concomitantemente a algum processo histórico. Natural, portanto, considerar que cada idioma traz enraizadas várias particularidades. Acho que todo texto é passível de ser traduzido, pois tradução é a expressão da ideia em um outro idioma. Porém, a forma como a ideia é expressa pela linguagem é característica de cada povo. O exemplo mais claro que tenho comigo é quando os americanos vão contar um caso e se referem a um terceiro como “this guy”. Analisando a construção ao pé da letra, pode-se pensar que há uma suposta intimidade entre o ouvinte e o protagonista da história, a qual muitas vezes simplesmente não existe. Isso ficou claro pra mim quando ouvi um brasileiro, que mora há anos nos EUA, me contar sobre “esse cara”; jeito de pensar próprio de um lugar sendo exercido em outro idioma.
                As características dos nossos códigos de comunicação influenciam não só o relacionamento com as pessoas, mas também a forma como o mundo é visto. No fim do ano passado eu comecei a ler um livro sobre matemática que trazia umas divagações sobre o sistema numérico e a noção de quantidade. Não garanto que farei um relato preciso sobre o livro, mas será o mais fiel que eu conseguir, de acordo com o que lembrar. Lá é dito que no sistema de uma aldeia indígena do Brasil (não recordo o nome) existe o número zero, o número um e o número muito. É possível dizer, portanto, que existe uma coisa, existem muitas coisas ou que não existe coisa alguma. Aparentemente, como supus acima, a comunicação entre eles é eficiente, a despeito dessa aparente limitação. Entretanto isso influencia a capacidade de estimativa desses indígenas.
                Conseguimos, com nosso sistema numérico, diferenciar e ordenar quantidades maiores que a unidade. Assim, com uma rápida inspeção podemos dizer que há dois, três, cinco objetos sobre uma mesa. Esse indígenas poderiam te dizer que há mais de um. Se eles aprendessem nossos símbolos eles poderiam fazer essa mesma distinção. O interessante é que a capacidade de estimativa – bater o olho e chutar quantos objetos têm – deles vai ser diferente da nossa. Simplesmente, por mais que eles aprendam a contar como nós fazemos eles ainda vão pensar em zero, um e muito. E o estudo vai além: aumentando-se o número de coisas, a capacidade de estimar a quantidade dessas coisas piora. Distinguir 5 de 4 coisas é fácil; distinguir 20 de 19 é difícil, pois já está bem além no muito com que estão habituados. Esse comportamento é o mesmo observado em crianças criadas com nossa cultura, quando começam a assimilar o nosso jeito de contar.
                A conclusão a que cheguei, então, foi que todos os idiomas permitem uma comunicação efetiva; tudo pode ser dito e tudo será entendido. Entretanto, os caminhos por que passam essa comunicação podem ser bem diferentes.

sábado, 31 de março de 2012

Cartas Perdidas

Estava frio e os poucos trapos não faziam barreira digna ao ventou gélido. As mãozinhas magras tremiam, tentando tirar calor do cerrar dos próprios punhos. A fome apertava enquanto caminhava em busca de comida; aumentava a despeito do cheiro podre. Não havia mais nojo. Havia a necessidade do corpo, e só.

O corpo solitário e subnutrido se arrastava pelo descampado, zumbizando em torno de sacolas frescas. A maioria delas, contudo, já estava apinhada de gente, seus irmãos, que o rechaçavam de lá. Viu logo à frente uma sacola, rasgada e revirada, sozinha. Andou descalço até lá e se agachou, juntas estralando. Revirou e revirou, mas lá não havia nada fresco que lhe melasse a mão. Papéis, apenas. Num deles, um coração desenhado.

Era bem moço ainda, mas já entendia ironia. Aquela com que a vida sempre se lhe apresentara. De que vale um coração a um estômago vazio? Mas algo, talvez a inocência que ainda habitava aquela criança, talvez a promessa de memórias ternas ou coisa outra qualquer fez com que tomasse a carta - pois era uma - para si.

Desembrulhou o papel com alguma avidez. Era daqueles com pautas claras, com as bordas cuidadosamente destacadas, mas em si sóbrio. Uma caligrafia ocupava toda a sua fronte, caprichada como quem toma cuidado ao falar. Mas não pareciam palavras muito pensadas; pareciam palavras que brotavam redondas e belas, mas que deveriam soar dessa mesma forma, com perfeição. Abriu mais uma carta e sentiu nas palavras a mesma tepidez e o mesmo cuidado. E havia uma data e não era muito distante da anterior. Abriu mais e mais folhas, todas elas com a mesma caligrafia, todas elas exalando o mesmo conforto de lembrança boa, todas com o mesmo sentido... será? Não sabia ler.

O estômago roncou, puxando-o de volta à realidade. Guardou bem escondido a sacola em um canto, para se um dia quisesse olhar tudo aquilo outra vez. E seguiu revirando o lixo, buscando comida ou, quem sabe, outro amor perdido.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Conversa Antiga

Algum dia, anos atrás, ouvi falar de Jorge Luis Borges, famoso escritor argentino. Mas não do modo como, em geral, ouvimos falar de grandes escritores do passado. Li em algum lugar que ele escrevia sobre situações absurdas, com um quê de fantasia permeando toda a sua escrita. Isso ficou guardado na minha cabeça, como que curiosidade traduzida em vontade de ler.

Eis que um dia, olhando livros à toa num livraria, me deparo com O Aleph, um livro de contos desse autor. Comprei.

O primeiro conto era magnífico, daqueles com uma história interessante e com divagações de sentido forte e bastante impactante. Não era apenas uma leitura; era um convite a um pensamento surreal, mas ainda assim lógico. Mas nem tudo escapava do concreto. Alguns contos narravam fatos históricos, mas de uma maneira bastante peculiar e analisando a situação sob pontos de vistas interessantíssimos. E Borges, acima de tudo, sabe como construir belíssimos finais para seus contos.

Mas esse início de texto é mais uma digressão que um direcionamento ao tema. A conversa de hoje é outra. E tenho uma quase certeza pungente de que já a tivemos antes.

É aquele papo sobre o significado por trás dos textos. Sobre como as pessoas atribuem sentidos os mais variados a passagens por vezes ordinárias. Já discutimos sobre isso, não me recordo se com ou sem cerveja. E não sei muito o que penso a respeito dessa abordagem de análise literária. É certo que toda forma encerra um conteúdo, mais ou menos superficial. Mas como saber se conseguimos acessar o conteúdo certo? Ou mais: o conteúdo certo é apenas o premeditado pelo autor?

Li hoje um texto de Borges sobre H. G. Wells (escritor de “Máquina do Tempo” e “A Ilha do Dr. Moreau”, entre outros) que acabou caindo nesse ponto. E achei o ponto de vista dele muito interessante:

“(...) A obra que perdura é sempre capaz de uma infinita e plástica ambiguidade; é tudo para todos, como o Apóstolo; é um espelho que torna patentes os traços do leitor e é também um mapa do mundo. Além do mais, tudo deve acontecer de modo evanescente e modesto, quase a despeito do autor, que deve ignorar todo simbolismo. (...)

Isso carrega um sentido interessante e para que eu ainda não havia atinado. A verdadeira mensagem por trás de um texto é desconhecida, sendo talvez até mesmo inacessível (Zé Ramalho?). Os bons textos, todavia, são os que permitem uma infinidade de suposições. Nesse caso, o sentido original – ou qualquer sentido atribuído - assume pouca importância.

Em todo caso, há alguns anos concluí que furta-se ao sentido parte da beleza: aquela que é própria à forma. Mas ainda assim, tive vontade de compartilhar com vocês esse ponto de vista de que a possibilidade de infinitas interpretações ás vezes é mais importante que o sentido real.

Miss all you guys!

P.S.: Comprei uma máquina de fazer pão. É quase a realização de um sonho de infância.

P.P.S.: Acabei pensando bastante sobre a minha vida, aqui em Houston; sobre como talvez eu precise mudar alguns objetivos da vida para que outros se concretizem. Talvez um dia eu escreva sobre isso aqui.

quinta-feira, 22 de março de 2012

E o Top, cadê o Top???


Peão em inglês é Top.
Então, meu caro, sem mais rodeios: onde vc estava no último domingo de playança?

=D (atualizei! curtiu Tops? hahahah em breve eu posto direito...)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Já assistiram O atirador?

Com Mark Wahlberg? Foi inspirado em mim.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ai,ai...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cold

Eu quero a ajuda de vossas mentes geniais, sensacionais, únicas e doentias pra entender uma música. Vou colocar a letra dela aqui. O cara que a compôs (é o mesmo sujeito do vídeo que eu mostrei alguns tempos atrás aqui no blog) já disse sobre o que se trata, como vocês vão ver no vídeo, mas eu não consegui relacionar as coisas. É metáfora demais pra minha cabecinha rosa.


Pra ajudar aqui embaixo tá a letra. Discutam.

Take my eyes
Burn down the Sun
How can you be so cold?
You left me here
All hope is gone
Where is the life I sold
I pray the dawn
Will break this spell
What will become of me?
It took my breath
So hard I fell
Lost in a shell, ghostly
And the rain falls down
On this lonely child
And I could not feel
The fire
And I realize
This was meant to be
And I need some time
To grieve
And you fade so slowly
Now all that shines is Gold
And I feel I'm dyin'
How can you be so cold?
When the sky in fallin'
Now that you're growin' old
And I feel that I'm dyin'
How can you feel so cold?
So slowly wake me
From my sleep
Here in this house I dwell
And I don't delay
The wound so deep
Down in this livin' hell