Há umas duas semanas eu fui a um
jogo da NBA do time aqui da cidade, o Houston Rockets. Pelo jeito não é lá um
dos melhores, mas já foi campeão algumas vezes e parece ter Yao Ming como
grande ídolo recente. Como fui ao último jogo da temporada e o time já não
tinha chances de ir aos play-offs, rolou tipo uma fans night: homenagens,
descontos em camisas e coisas do tipo.
O ginásio é um lugar muito
bonito e bem cuidado, além de grande. Apesar de que nesse dia não estava
lotado, a impressão que fica é que mesmo quando isso acontece não há filas
quilométricas pra se comprar uma bebida; há simplesmente muitos bares lá,
espalhados por todos os setores. Tudo muito bem organizado. É até engraçado ver
como o público que assiste ao jogo oscila durante a partida. Para muitos ali
parece que o jogo em si é um entretenimento secundário.
Os jogadores dos dois times se
aquecem e aí vem a apresentação. O locutor, com sua voz possante, apresenta
timidamente o time adversário. Silêncio. Mas aí vem a hora de apresentar o time
da casa. E começa um vídeo épico num daqueles telões suspensos sobre a quadra,
e o locutor diz o nome dos jogadores (agora de forma vibrante) e a torcida
grita. Tudo como se fossem heróis. E é nessa hora que realmente cai a ficha: os
jogos aqui só têm uma torcida. Não há vivalma que apoie a outra equipe.
E o jogo começa. Toda vez que os
Rockets atacavam tocava uma musiquinha feliz, tipo Zelda. Toda vez que o outro
time atacava (New Orleans Hornets, no caso), tocava uma música tensa. A torcida
reclamava de pontos dos adversários, ia à loucura com pontos do time da casa e
gritava “defense, defense!” para secar o ataque rival. Afora esses momentos,
vez ou outra ouvia-se um “go Rockets!”. Toda vez que os Hornets pontuavam o
locutor dizia o nome do jogador bem baixo, mas quando o ponto era dos Rockets
era aquele grito vibrante e passava um vídeo no telão mostrando o jogador que
marcou. Tudo isso em meio aquele som dos tênis sobre a quadra.
O jogo foi foda! Os Rockets
começaram tomando de lavada, quase 20 pontos de diferença, pra nos últimos 3
minutos conseguir virar. O jogo acabou, os repórteres cercaram o melhor em
quadra e boa parte da torcida começou a ir embora. Simples assim. Como era fans
night alguns jogadores voltaram à quadra pra distribuir autógrafos, jogar tênis
pra torcida (!) e coisas assim. Foi muito bom!
Mas o jogo em si é algo meio
secundário. A verdadeira graça do evento está nos intervalos e nos tempos
técnicos. Esse povo sabe realmente como preparar um espetáculo. Era só os times
ameaçarem sair de quadra que ela era tomada por dezenas de dançarinas dando
salto mortal, uns caras dançando break, pessoas com catapultas de elástico
atirando camisas pra torcida, um show de enterradas com aquelas camas
elásticas, pirâmides humanas, jogos entre torcedores sorteados valendo cupons e
até uma apresentação de crianças dançando street dance! E de repente esse
pessoal saía de cena e, sem aviso prévio o jogo já recomeçava.
Eu fui numa apresentação de
variedades. O basquete era só o intervalo comercial.
3 comentários:
Que true. E eu que pensei que esses caras não trocavam o basquete por porra nenhuma. Essa foto foi você quem fez ou catou na net e jogou aí?
PS.: esse estádio me lembrou o Madison Square Garden.
Foium amigo quem tirou a foto, usando aquele recurso de juntar fotos consecutivas
Esse recurso de juntar fotos consecutivas se chama "panorâmica de pobre". ahahahhaha
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