quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Última Noite


Não há dama no mundo que não mereça defesa e não há ofensa tão leve que não valha um duelo. Bom, na verdade não é bem assim.
                Uma das coisas que há meses gostaria de postar aqui e venho protelando é contar a história de Évariste Galois, matemático francês que viveu no século XIX. Talvez tenha vivido não uma vida, mas um terço de uma. Morreu aos 20. Mas levou vida intensa.
                Jovem brilhante, ativista político, algumas vezes na Bastilha. Pegava em armas para defender seus ideais. Na sua curta vida produziu algumas ideias importantes para a matemática, como a Teria de Grupos, a qual conheço apenas superficialmente, com aplicações até na química.
                Mas a ideia não é pintar um relato biográfico. Não quero falar da vida de Galois. Quero falar da morte. Apesar de haver algumas lacunas a serem preenchidas nessa história, pode-se dizer que haja duas versões:
VERSÃO 1 – o que diz a História (ao menos a versão mais aceita)
Galois era apaixonado por uma jovem, prometida de um soldado. Ao que parece a jovem em questão teve alguns problemas, que veio a confidenciar ao matemático. Ele tomou suas dores e desafiou o noivo para um duelo. Já prevendo morte certa, enviou uma carta a um amigo próximo contendo um rascunho geral das ideias de seus trabalhos, com versões redigidas previamente desses trabalhos anexadas. Lutou e morreu.
VERSÃO 2 – como ouvi a história pela primeira vez
Galois era apaixonado por uma cortesã de Paris. Tendo a mulher sendo ofendida por um rapaz desconhecido, Galois tratou de defendê-la e desafiou o ofensor a para um duelo. Veio a saber depois que o adversário era o maior duelista da época e que já havia matado um sem número de jovens em duelos como o que travariam. Passou a noite em claro escrevendo todas as suas ideias em uma carta, enviada na manhã seguinte a um amigo. Lutou e morreu.

Não sei quanto a vocês, mas prefiro a segunda versão. É mais bonita, mais romântica. Mais inspiradora. Sugere que uma única noite pode ser significativa por uma vida, desde que o tempo seja bem utilizado. A ideia de um jovem, pena em punho, redigindo coisas épicas à fraca luz de uma vela (e só uma) é grandiosa em sua simplicidade. Imaginar erros rabiscados – corrigidos logo adiante, letras corridas – mas firmes... ouso até enxergar umas manchas de café aqui e ali, só pra compor a cena.
Sinto que falta romance ao mundo, uma cor diferente. Algumas vezes a história tenta eliminá-lo com a crueza dos fatos. É o trabalho deles, afinal. Mas, ainda que nada contra todos os fatos, ainda que eu estivesse lá pra ver, ia preferir a segunda versão.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cartas para Iwo Jima

Andei pensando na utilidade desse blogue e na inutilidade que ele está tomando e isso anda me deixando deprê. Agora que estão todos oficialmente em cada cidade, longe e sem qualquer contato físico e sexual pessoal que tínhamos antes, acho que agora é a hora pro blog bombar.

Me entristece saber que essas coisas não estão acontecendo. Desde que o MT zarpou de fuga pra Lone Star State nós o utilizamos muito pouco. Desde quando o Fox saiu de fuga pra sampa, nós não utilizamos nada. Eu cheguei a preparar um post sobre minha ida a Ouro Preto e minhas aventuras psicoativas por lá. E ainda vou, como forma de incentivo a fazer os senhores a voltarem a postar sobre suas aventuras nas cidades do mundo em que estão.

Não importa que seja só um post curtinho, eu acho. Pelo menos não me importo que seja algo do tipo: "hoje visitei o Museu dos Encantos". É mais um post simbólico pra dar o ar da graça e quem tiver longe ficar sabendo do que vocês tão fazendo. Afinal, a proposta era o que o blog nos mantenha conectados, tuguéder, mesmo far away from home.

PS.: Post para o Fox e MT, já que Elba vê as coisas e ignora e o Mix desde quando deu a bundinha ficou doido e nunca mais deu as caras.