terça-feira, 22 de maio de 2012

Príncipe gay da França

Se essa não é a coisa mais gay que você já viu, eu não sei o que você anda assistindo...

Pois é, o blog tava ficando muito filosófico. O qu você acha disso elba?

INSTANTE POSTERIOR AO DEVANEIO

O que dizer sobre o instante posterior ? Apenas que ele nos acompanha e determina muitas de nossas
grandes experiências de vida. Personificado, carregado de emoções ele caminha com suas outras formas,  que são o instante anterior e o agora.
Estamos presos a ele, nossa experiência de vida passa sempre por um instante posterior, que vem, e vem,  inexoravel, agregado a tudo o que fazemos. Quando ansiamos por algo, por experiências, por momentos, lá está o instante posterior pronto para nos mostrar todo seu explendor, sempre mutável, e sempre presente, sorrindo com uma de suas infinitas facetas.

Futuro, resultado, consequência, nomes diferentes do instante posterior...

Quando pensamos um pouco percebemos que ele está por trás de todas as nossas ações, totalmente
seguro de que iremos a seu encontro, como um predador que espera imóvel pela sua presa inocente...
Para a presa o instante posterior é a surpresa, o medo, a luta e a morte. Para o predador é a própria espera, o cheiro que se aproxima, a adrenalina que se acumula...e o bote.
Ah, que bom é o instante da saciedade, do torpor digestivo e do sono despreocupado,
enquanto isso o instante posterior sorri em compaixão pela presa, e sorri admirado com a felicidade
do predador,  que ignora o maior dos predadores, que contém em si todos os instantes posteriores...

Muitos que conheço dizem não ser possível perceber a dimensão supracitada, que é simplesmente
conceitual e pode apenas ser medida e constatada, mas a mim ela salta aos olhos, se mostra tão
óbvia quanto o espaço, ou a matéria.
Nomes são muitos, um deles muito bem representado por uma charada de Tolkien, e é com ela que me despeço,  deixando o leitor encarregado de decifrá-la, em um instante posterior...


´´ Essa é a coisa que tudo devora,
Feras, Aves, Plantas, Flora.
Aço e Ferro são sua comida,
E a dura pedra por ele é moída,
Aos Reis abate, a cidade arruína,
E a alta montanha faz pequenina.``
                                         Sméagol

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Top do Bozzó e a Experiência Antropológica

Esse não é um texto conclusivo. Se vocês esperam um atestado ao final dele, esqueçam e podem parar de ler ainda agora.

De um mês pra cá eu dei uma passada rápida de 3 dias em BH. Fui de guia com um amigo que não sabia o caminho e não sabia andar lá dentro de carro. Ele tinha uma festa de 15 anos pra fotografar com a namorada e me pediu auxílio pra levá-lo até lá.

Fomos na sexta, sendo a festa no sábado à noite e nós voltaríamos no domingo depois do almoço. Eu não fui fotografar com eles, e nesse meio tempo eu fui ficar na casa de uma amiga porra-louquissima que mora (adivinhem aonde!) no Maletta.

sábado, 19 de maio de 2012

Feliz Aniversário


                Acostumara-se à pior das solidões: a das trincheiras. E, anos após embalsamar a farda, ainda mantinha esse velho hábito. Não havia outra mão que lhe espanasse a mesa, nem que lhe preparasse o chá. Era autossuficiente como o são o dia e a noite (se contados juntos), e tão compassado como as estações do ano. Cada golada da bebida quente parecia cronometrada de tão exata. Precisão espartana.
                Mantinha-se da pensão, que não era parca, mas também não permitia maiores extravagâncias. Não abria mão de seu bom chá e vez ou outra se permitia obter um tabaco bom para alimentar o cachimbo. A casa pequena era fácil de manter asseada e possuía um ar confortável e estático. Na pequena saleta era onde ele passava boa parte dos dias. Poltrona voltada pra parede, repleta de quadros e retratos, retratos dele mesmo ou de paisagens que ele nunca veria; uma mesinha baixa à esquerda e um cavalete montado ao lado da lareira, à direita.
                Quando jovem chegou a estar entre o pincel e a pistola, mas seguiu a marcha. Se fosse pintor, no fim das contas, seria mais por desejo que por talento. Do cavalete em sua sala saíam poucos rabiscos. Ele até que tentava criar algo, mas já o começo o desagradava e antes poupar o tempo dedicado à obra medíocre que insistir, assim pensava. Ora, a obra perfeita é a que não se pinta.
                Na mesinha, um tabuleiro de xadrez. Havia nele esboçada uma abertura espanhola, ainda à espera da derradeira mão a mover o peão dos pretos. Contemplava o tabuleiro, sem mover uma peça mais, revivendo batalhas inteiras dentro de sua cabeça. E nessas lembranças guerreiras iam-se boa parte de seus dias.
                No restante do tempo tentava ler os clássicos. Muitas vezes era derrotado por um tédio sem fim, quando algo dentro de si se revoltava e implorava por alguma ação. Dava então a caminhar pelas ruas, pensando que no mundo de verdade não há espaço para figuras de linguagem ou fantasias. E assim, contraditório, devaneava até o regresso.
Depois de exatos 56 anos não era Homem; era rascunho, de algo que poderia ter sido grandioso.

sábado, 5 de maio de 2012

It`s Showtime!


                Há umas duas semanas eu fui a um jogo da NBA do time aqui da cidade, o Houston Rockets. Pelo jeito não é lá um dos melhores, mas já foi campeão algumas vezes e parece ter Yao Ming como grande ídolo recente. Como fui ao último jogo da temporada e o time já não tinha chances de ir aos play-offs, rolou tipo uma fans night: homenagens, descontos em camisas e coisas do tipo.
                O ginásio é um lugar muito bonito e bem cuidado, além de grande. Apesar de que nesse dia não estava lotado, a impressão que fica é que mesmo quando isso acontece não há filas quilométricas pra se comprar uma bebida; há simplesmente muitos bares lá, espalhados por todos os setores. Tudo muito bem organizado. É até engraçado ver como o público que assiste ao jogo oscila durante a partida. Para muitos ali parece que o jogo em si é um entretenimento secundário.
                Os jogadores dos dois times se aquecem e aí vem a apresentação. O locutor, com sua voz possante, apresenta timidamente o time adversário. Silêncio. Mas aí vem a hora de apresentar o time da casa. E começa um vídeo épico num daqueles telões suspensos sobre a quadra, e o locutor diz o nome dos jogadores (agora de forma vibrante) e a torcida grita. Tudo como se fossem heróis. E é nessa hora que realmente cai a ficha: os jogos aqui só têm uma torcida. Não há vivalma que apoie a outra equipe.
                E o jogo começa. Toda vez que os Rockets atacavam tocava uma musiquinha feliz, tipo Zelda. Toda vez que o outro time atacava (New Orleans Hornets, no caso), tocava uma música tensa. A torcida reclamava de pontos dos adversários, ia à loucura com pontos do time da casa e gritava “defense, defense!” para secar o ataque rival. Afora esses momentos, vez ou outra ouvia-se um “go Rockets!”. Toda vez que os Hornets pontuavam o locutor dizia o nome do jogador bem baixo, mas quando o ponto era dos Rockets era aquele grito vibrante e passava um vídeo no telão mostrando o jogador que marcou. Tudo isso em meio aquele som dos tênis sobre a quadra.


                O jogo foi foda! Os Rockets começaram tomando de lavada, quase 20 pontos de diferença, pra nos últimos 3 minutos conseguir virar. O jogo acabou, os repórteres cercaram o melhor em quadra e boa parte da torcida começou a ir embora. Simples assim. Como era fans night alguns jogadores voltaram à quadra pra distribuir autógrafos, jogar tênis pra torcida (!) e coisas assim. Foi muito bom!
                Mas o jogo em si é algo meio secundário. A verdadeira graça do evento está nos intervalos e nos tempos técnicos. Esse povo sabe realmente como preparar um espetáculo. Era só os times ameaçarem sair de quadra que ela era tomada por dezenas de dançarinas dando salto mortal, uns caras dançando break, pessoas com catapultas de elástico atirando camisas pra torcida, um show de enterradas com aquelas camas elásticas, pirâmides humanas, jogos entre torcedores sorteados valendo cupons e até uma apresentação de crianças dançando street dance! E de repente esse pessoal saía de cena e, sem aviso prévio o jogo já recomeçava.
                Eu fui numa apresentação de variedades. O basquete era só o intervalo comercial.